Dos Lenços ao céu.

E é assim que você ve o quão efêmera é a vida. Damos mais valor ás pessoas que nos cercam depois de episódios como esse. Eu não diria que te tiraram de mim... meu egoísmo, por maior que ele pareça ser, passou desse nível. Eu via seu sofrimento, e ninguém é tão insensível à ponto de não entender isso.

Eu cheguei a desjar que você me reconhecesse um dia, só mais uma vez... Que talvez dissesse meu nome, perguntasse por mim, e tivesse orgulho assim como o vovô teve na ultima vez que o vi. Mas eu não reparei vó. Não reparei que você me via, me reconhecia, por mais que nem você soubesse disso. O sorriso dos seus olhos ( e que olhos lindos!) me fazia valer a visita, seja na chuva, no sábado ou no Natal. Mas de você, vou levar mais que isso.

Mais que a simples genética dos cabeos, dos olhos. Vou ficar com seu gosto para as coisas, com seu jeito de dormir, com o jeito de carregar a bolsa no meio do braço, com a admiração pelo seu charme, com você em cada passo. E vou ficar com as lembranças ... com a sua risada (a mais gostosa que já vi), com as suas trapalhadas tão finas, com as viagens pros EUA, com os livros para eu pintar, os almoços de domingo, o estilo, a maquiagem e principalmente dos seus lenços.

Você vó, foi mais que uma avó... foi uma grande amiga, uma inspiração, minha paixão! Você me deu o nome de que tanto gosto, inspirou meu pai por quem tenho mais que adoração, e fez minha mãe te amar.
Você me fez descobrir quem realmente me quer bem na sexta-feira. Agora vó, você tá junto de outras estrelinhas que me acompanharam por aqui, e pode olhar por todos nós.
Eu te amo! Sempre vou te amar, e nunca vou te esquecer. Eu sei que você tá bem, e eu também vou ficar...