quinta-feira, 28 de outubro de 2010

status quo

ainda me choca o que as pessoas são capazes de fazer.
me choca ainda mais que eu ainda me assuste.
era só um carro. só uma mochila. só uma novidade eletrônica. só livros e cópias. só.
mas era a sua vida. era alguem ameaçando tirá-la a troco de todas essas coisas.
e aí, você pensa se era só tudo aquilo. você tem vontade de repensar todos os seus dogmas e até tipos de governo que até então pareciam se encaixar com aquela bolsa que você tanto queria. ridículo. mas é banal assim que você sente diante disso. não há nada que eu possa fazer.
sempre acho que estudantes de direito, como eu, tem dois futuros: ou acabam achando que podem mudar o mundo, ou desacreditam nele de vez. sinceramente ainda não me encaixo completamente em um desses casos, mas é em momentos como esse que entendo aqueles que perdem a fé.
o problema está tão acoplado á nossa essencia como sociedade que nem paramos mais para discutir. já temos isso como fato, como algo decidido. aí, a nossa única saída é antes de sair de casa, rezar.
a infra-estrutura está corrompida. não há nada que hoje eu possa fazer, a não ser rezar por mim e por todos aqueles que estão á minha volta.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

give me back my point of view

Odeio começar a escrever aqui com 'talvez'. Sinto que ele transparece toda a minha confusão. Espero que possa entender já que escrever é um ato desesperado na tentativa de salvar algum desses argumentos estranhos que atribuo a minha vida, constantemente.

Talvez a coisa que eu mais odeio sejam expectativas. Não aprendi muito bem a lidar com elas, e quando penso na palavra já sinto um arrepio. Penso em como elas podem e quase sempre me decepcionam. Desde que me lembro de conseguir formular pensamentos com o minimo de lógica possivel, tenho planos. Não meios, mas fins. Ainda hoje é difícil elaborar planos para os delírios matinais.
Quanto mais perto da realidade fico, menos a aceito. Mais preconceituosa me torno. Gostaria de dizer que amadureci minhas ideias, minhas frases, ou sei lá mais o que. Não posso.
Ouço com frequencia quão perigoso é usar a expressão 'evolução', mas vou arriscar: aqui,
definitivamente, não houve evolução de qualquer espécie. Nem mais quem culpar eu tenho...
É dificil entender porque logo alguem em quem você acreditava ter dominio pleno, saia tão fora de seus controles e consiga te fazer tão vazia. Achava que te dominava desde sempre.
Desde muito pequena sabia como seria minha vida quando chegasse aos 18. Talvez sem muitos meios e planejamentos. Mas lá estavam TODOS os fins. Era lá que eu estaria. Era como eu iria chegar. E definitivamente, era tudo. E aí, você se pega mentindo para esconder o que você tem vergonha. Todos parecem ter mais do que se orgulhar, mais motivos para ser feliz do que você. Ataram suas mãos e estão te mostrando um filme de terror.
Sinceramente, não é fácil acordar.
Acreditava em sentimentos, em amizades, em mim. Não gosto de usar a terminação do passado no verbo.
Mas o que me faz mais alheia é dormir sabendo que, quando acordar, nada estará diferente. Ou não...




prefiro acreditar que palavras tem poderes.