quarta-feira, 20 de outubro de 2010

give me back my point of view

Odeio começar a escrever aqui com 'talvez'. Sinto que ele transparece toda a minha confusão. Espero que possa entender já que escrever é um ato desesperado na tentativa de salvar algum desses argumentos estranhos que atribuo a minha vida, constantemente.

Talvez a coisa que eu mais odeio sejam expectativas. Não aprendi muito bem a lidar com elas, e quando penso na palavra já sinto um arrepio. Penso em como elas podem e quase sempre me decepcionam. Desde que me lembro de conseguir formular pensamentos com o minimo de lógica possivel, tenho planos. Não meios, mas fins. Ainda hoje é difícil elaborar planos para os delírios matinais.
Quanto mais perto da realidade fico, menos a aceito. Mais preconceituosa me torno. Gostaria de dizer que amadureci minhas ideias, minhas frases, ou sei lá mais o que. Não posso.
Ouço com frequencia quão perigoso é usar a expressão 'evolução', mas vou arriscar: aqui,
definitivamente, não houve evolução de qualquer espécie. Nem mais quem culpar eu tenho...
É dificil entender porque logo alguem em quem você acreditava ter dominio pleno, saia tão fora de seus controles e consiga te fazer tão vazia. Achava que te dominava desde sempre.
Desde muito pequena sabia como seria minha vida quando chegasse aos 18. Talvez sem muitos meios e planejamentos. Mas lá estavam TODOS os fins. Era lá que eu estaria. Era como eu iria chegar. E definitivamente, era tudo. E aí, você se pega mentindo para esconder o que você tem vergonha. Todos parecem ter mais do que se orgulhar, mais motivos para ser feliz do que você. Ataram suas mãos e estão te mostrando um filme de terror.
Sinceramente, não é fácil acordar.
Acreditava em sentimentos, em amizades, em mim. Não gosto de usar a terminação do passado no verbo.
Mas o que me faz mais alheia é dormir sabendo que, quando acordar, nada estará diferente. Ou não...




prefiro acreditar que palavras tem poderes.

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